INDIOS PRIMITIVOS AWÁ-GUAJÁ GANHAM
VOZ MUNDO AFORA NUM MOVIMENTO PARA QUE SUAS TERRAS SEJAM DESOCUPADAS E ENTREGUES
A ELES IMEDIATAMENTE.
Akaritxí, símbolo da resistência dos indios Awá-Guajá. Fotografia de Brawny Meireles. |
Brawny Meireles
Especial para o blog TerraMaranhão
Em dezembro de 1999, por três
dias estive na companhia dos índios Awá-Guajá,
no Posto indígena Carú, à beira do Rio Pindaré, no município de Bom
Jardim, na pré-amazônia maranhense.
À época, com a ajuda do chefe do
posto indígena, Sr. José Damasceno, e dois interpretes da aldeia, Takamã e Irakatakoa, um pouco do cotidiano dos Guajás nos foi revelado.
Lembro que assim que cheguei na aldeia, minha atenção fotográfica foi despertada para um índio de expressão marcante e que aparentava pouco mais de trinta anos.Seu nome: Akaritxí.
O fotografei quando o mesmo retornava
à aldeia após uma caçada de cerca de três horas com a missão de trazer alimento
para os índios convalescentes de gripe e malária. Às costas, Akaritxí trazia alguns Quatis, já mortos, que ele mesmo havia de trata-los depois, além de mel coletado na floresta.
Segundo Damasceno, o índio Akaritxí é considerado um dos mais exímios
caçadores da aldeia.
Mas ele conta que Akritxí, certa vez passou da condição de caçador à caça, tendo sido vitima de um ataque de jagunços que costumam matar índios por ali.
Como resultado desse confronto todos os demais membros do seu grupo, num total de dez índios foram mortos naquele ataque. Somente Karapiru, líder do grupo, e Akaritxi sobreviveram.
Acontece que Akaritxi só fora encontrado pelo pessoal da Fundação Nacional do Índio (Funai), muito tempo depois quando
apareceu no sertão do Estado de Minas Gerais.
Fato noticiado pela imprensa nacional.
Somente após esse episódio e ao constatar
a gravidade da situação em decorrência do crescente número de invasores às suas
terras e dos sérios riscos que os Guajás sofriam,
o Governo Federal, finalmente, em 19 de Abril de 2005, na gestão do Presidente Lula, homologou a
reserva Awá-Guajá, numa área de 116,5 mil hectares, localizada na Amazônia
maranhense.
Agora, sete anos depois de feita a homologação, até o momento os índios continuam sem direito a transitar livres, sendo vítimas frequentes do invasores de suas terras. Que continuam por ali em face de várias ações que ainda transitam na justiça federal movidas por grandes grupos empresariais do ramo madeireiro e agrícola.
Desse modo, os Guajás permanecem à mercê dos invasores que em número cada vez maior, continuam devastando a reserva indígena e retirando toda a riqueza da terra pertencente aos índios.
Ontem, numa manifestação simultânea por diversos países, vários segmentos da sociedade mundial se mobilizaram pedindo ao governo e ao povo brasileiro que tome providências urgentes no sentido de garantir as terras dos índios Awá-Guajá.
Desse modo, os Guajás permanecem à mercê dos invasores que em número cada vez maior, continuam devastando a reserva indígena e retirando toda a riqueza da terra pertencente aos índios.
Ontem, numa manifestação simultânea por diversos países, vários segmentos da sociedade mundial se mobilizaram pedindo ao governo e ao povo brasileiro que tome providências urgentes no sentido de garantir as terras dos índios Awá-Guajá.
Esse movimento clama para que a
terra dos Guajás seja imediatamente
desocupada e definitivamente entregue aos seus legítimos donos.
Os Awá-Guajá, de costumes nômades, também são considerados os índios mais
primitivos do Brasil.
Dos cerca de 350 índios dessa etnia, mais de 100 ainda perambulam pela mata, sob ameaças constantes dos invasores. “Esse guardiões da Floresta merecem ter garantida sua sobrevivência e a continuidade de sua espécie.Mas isso só será possível quando eles puderem voltar a perambular totalmente livres por suas terras numa convivência harmônica com a Natureza e longe da ambição desmedida do homem branco", observa Damasceno.
Dos cerca de 350 índios dessa etnia, mais de 100 ainda perambulam pela mata, sob ameaças constantes dos invasores. “Esse guardiões da Floresta merecem ter garantida sua sobrevivência e a continuidade de sua espécie.Mas isso só será possível quando eles puderem voltar a perambular totalmente livres por suas terras numa convivência harmônica com a Natureza e longe da ambição desmedida do homem branco", observa Damasceno.
*Brawny Meireles é Fotógrafo, jornalista ambiental.
Veja link: http://www.survivalinternational.org/pt/awa
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